Eu, Andreia, vou contar para vocês como tudo começou....

São 5 anos e 2 meses de história, muitas acontecimentos, mas vamos relembrar.

Embora a pouca idade, até 2005 já havia sofrido várias desilusões e observava os homens a minha volta, os relacionamentos e achava muito difícil encontrar alguém para ter uma relação séria.

Foi então, que no final de 2005, já resignada fui até a janela, olhei para o céu e falei com Deus em oração: “Senhor, claro que gostaria de encontrar alguém, mas se o senhor achar que minha missão não é essa, aceitarei.”

Em 2006, faziam 3 anos que eu não ia a Andrelândia, cidade do meu pai e avós, quando fomos convidados para o aniversário de 90 anos de Dona Nair, minha avó. Falei com minha prima-irmã, Ana Luisa: “Eu vou, mas pretendo depois demorar a voltar e não pretendo ficar com ninguém de lá, não quero me envolver.”

Partimos rumo a Andrelândia, a festa foi no dia 26 de fevereiro de 2006.

Na festa, ninguém estava dançando, daí peguei Ana Luisa e fomos abrir a pista de dança, afinal adoramos dançar, depois as pessoas se animaram, entre elas observei um rapaz que dançava muito e isso me chamou atenção, porém vi ele dançando com uma prima, Ana Paula e logo imaginei que eram namorados e como respeito muito isso, me afastei.

Mas tarde ele me chamou para dançar e findei descobrindo ele não era namorado da Ana Paula e que na verdade era meu primo, porém muito distante.

Durante a dança, ele falou várias coisas que ele fazia tentando, creio eu, chamar minha atenção, porém para surpresa dele, tudo que ele dizia fazer, eu também fazia ou já havia feito.

Piterson: “Eu sou Professor de informática”

Andreia: “Eu também”.

Piterson: “Eu sou locutor da Radio Cultura”

Andreia: “Eu também já apresentei um programa lá”.

Entre outras coincidências.

Era carnaval e no final da festa todos os primos foram para a avenida pular carnaval.

Naquele dia nada aconteceu, muito pelo contrário, uma prima que estava comigo ficou com um rapaz e eu fiquei sozinha com o Piterson e os amigos dele. Em dado momento, eles resolveram ir embora e mesmo ele vendo que minha prima não havia voltado, ele me deixou sozinha na avenida, isso já era umas 4h da manhã.

No dia 28 de fevereiro, ele criou coragem e falou com minha prima que estava apaixonado por mim e ela grande amiga e super animada colocou a maior pilha e por fim ele teve coragem de se declarar, ficou meia hora só falando como estava apaixonado por mim, confesso que não acreditei, mas também não achei que era de todo mentira, apenas achei que era um deslumbramento e que ele estava confundindo as coisas. O fato e que resultou em um beijo. Ficamos poucos dias, apenas beijos, conversa e algumas canções tocadas ao violão. Sim, muitos não sabem, mas o Piterson tocava violão.

Voltei ao Rio e ele disse que entraria em contato, não levei muito a sério, mas ele realmente cumpriu o prometido, foram tantas juras, poemas, tanto amor, que entreguei meu coração que estava fechado e desconfiado, devido a amores fracassados no passado.

Falei para o Piterson que relacionamento à distância não da certo, teríamos que terminar. Ele disse: “Se você falar que é para eu ir para o Rio, eu vou”, mas eu não queria tamanha responsabilidade, é claro que eu o ajudaria, poderia dar certo, mas também poderia dar errado, pois lá ele tinha trabalho fixo de carteira assinada e aqui ele não tem nenhum parente seria ele sozinho.

Ele decidiu vir, mas muitos problemas ocorreram, várias pessoas que ofereceram dividir aluguel com ele aqui, deram para trás, mas por fim depois de muita luta, ele conseguiu e em maio de 2006, eu o esperei na rodoviária Novo Rio. Foi uma grande emoção revê-lo depois de 3 meses.

No inicio eu ganhava muito pouco e ele estava a procura de um emprego, apenas ganhando R$300, referentes ao auxilio desemprego e ele ainda tinha que dar metade para ajudar a pagar o aluguel. O levei a vários locais, mas não podíamos comer em restaurantes, procurávamos os lanches mais baratos, Mac Donalds nem pensar, mas não importa, pois a felicidade era imensa, estávamos juntos.

O primeiro emprego que Piterson conseguiu era uma escravidão, não tinha carteira assinada, ele não ganhava ajuda para comer, nem passagem, tinha que se vestir com roupa social, camisa de manga-longa e andar pelas ruas vendendo um curso em Copacabana, era duro, ganhava muito pouco e vivia ficando doente.

Mas Deus esteve sempre olhando pela gente e colocou em nosso caminho pessoas MARAVILHOSAS, que nos ajudaram e Piterson por meio de uma dessas pessoas, o Claudio (que nunca mais vimos) conseguiu um emprego bem melhor na Lourdes, onde ficou quase 3 anos. Eu também fui progredindo.

Nesse espaço de tempo, ele mudou de casa 3 vezes e trabalhou dando aulas na Mangueira, em uma ONG no Engenho Novo, saiu da Lourdes e agora trabalha na Norsul.

Eu também graças a Deus, as minhas queridas alunas e ao meu grande amigo Adriano melhorei bastante, deixei de dar aulas em cursos e optei por apenas dar aulas particulares.

Sempre tivemos a pretensão de casar e juntamos dinheiro, muitos finais de semana deixávamos de passear para não gastar o dinheiro, que era para ajudar a pagar a entrada de nossa casa e no final de 2010 conseguimos realizar nosso sonho e demos entrada em uma casa. Dessa forma começamos a pensar no casamento, alguns falaram: “Mas já?” Piterson diz: “As pessoas só podem estar brincando! Nós fizemos 5 anos de namoro!”

Muitos problemas aconteceram com a casa e ainda não estamos com as chaves dela, mas se Deus quiser em breve tudo se resolverá.

O importante e que depois de tanto luta nosso dia está chegando.

Estou um pouco nervosa, pois o dia está chegando e falta muita coisa a fazer, mas tenho fé que tudo dará certo e que teremos um dia muito especial.

Peço a Deus muita sabedoria para nos dois, para saber lhe dar com os problemas da vida, sempre unidos. Que nosso relacionamento prossiga ao longo dos anos e que possamos comemorar com as pessoas queridas bodas de prata, de ouro e quem sabe de diamante.